O Sindautoescola.SP realizou nesta terça-feira (30) reunião com os deputados federais Abou Anni e General Peternelli para tratar sobre o futuro do setor, considerando as recentes manifestações do presidente Bolsonaro sobre o processo de formação de condutores e o Projeto Lei nº 3781/2019 – de autoria do deputado General Peternelli –, que propõe o fim das Autoescolas/CFC’s.

Representantes dos sindicatos dos trabalhadores do estado de SP também estiveram presentes na reunião ocorrida na sede do Sindicato. Todos puderam fazer suas manifestações ao deputado General Peternelli.

A diretoria do Sindautoescola.SP, em conjunto com os sindicatos dos trabalhadores, buscou viabilizar o quanto antes a reunião com o deputado General Peternelli para discutir o projeto de lei apresentado pelo deputado.

As recentes declarações do presidente Bolsonaro, defendendo o fim das aulas teóricas e práticas nas Autoescolas/CFC’s, aliadas ao Projeto de Lei nº 3781/2019 vêm gerando grande tensão e insegurança em todo o setor, que atravessa um cenário cercado de incertezas desde o início do ano com as diversas manifestações do governo federal.

No entendimento do deputado General Peternelli, a proposta – caso aprovada – deve aumentar a procura pelos serviços de habilitação nas Autoescolas. “O projeto [de lei] vai aumentar o número de alunos e diminuir o número de aulas na autoescola”, disse Peternelli.

Já o deputado Abou Anni, foi categórico ao se declarar contrário ao projeto de lei. “Gostaria que o deputado [General Peternelli] retirasse o projeto de lei. Nós podemos construir uma proposta melhor com todas as mãos envolvidas”, afirmou Abou Anni.

“O que nos preocupa é maneira como isso está sendo levado para a sociedade, como se as autoescolas fossem as vilãs da história”, disse o presidente do Sindicato, Magnelson Carlos de Souza, ao deputado. “Queremos construir algo em conjunto, rever todas as etapas do processo de formação de condutores, com benefício para o cidadão, mas precisa ser feito com todos os envolvidos, respeitando as empresas e empregos”, concluiu.

Ao final da reunião, o deputado General Peternelli se mostrou aberto a mudanças na proposta apresentada. “Não vou dizer que vou retirar [o projeto de lei], mas confesso que fico balançado com as declarações do deputado Abou Anni e de todos os presentes”, disse Peternelli.

Manifestações e mídias sociais

Alguns grupos de Autoescolas estudam manifestações contra o projeto de lei do deputado General Peternelli e as recentes declarações do presidente Bolsonaro. Além disso, circulam nas redes sociais vários grupos de WhatsApp propondo ações e manifestações quanto ao atual momento do setor.

No entendimento do Sindicato, é natural que todas as Autoescolas/CFC’s, em um cenário de incertezas, agravado pelas manifestações do próprio presidente da República, passe a se manifestar ou mesmo buscar ações com o objetivo de defender a atividade profissional.

Recomendamos que o setor esteja ligado diretamente com o Sindicato Patronal do seu estado, pois é ele que, legitimamente, defende os anseios e direitos de nossa atividade profissional. “Apesar do momento conturbado, recomendamos cautela na tomada de decisão, pois a preocupação é que qualquer ato ou manifestação prejudique ainda mais a nossa imagem”, alerta o presidente Magnelson.

O Sindautoescola.SP vem trabalhando ativamente para representar todas as Autoescolas/CFC’s do estado de SP. Todas as movimentações envolvendo a categoria vem sendo divulgadas constantemente nos canais de comunicação da entidade.

Em conjunto com os demais Sindicatos estaduais e a Feneauto, vem sendo feitas uma série de ações no sentido de defender os direitos e interesses das Autoescolas/CFC’s do Brasil. Com isso, foi agendado um novo ato, de caráter nacional, com o propósito de criar uma Frente Parlamentar em defesa do setor.

“Temos plena consciência e sensibilidade quanto ao difícil momento que estamos passando, e temos ainda mais responsabilidade no sentido de representar as quase 14 mil autoescolas no Brasil e os mais de 112 mil empregos gerados diretamente por essas empresas”, afirma o presidente Magnelson.